Malpighiaceae

Lophanthera lactescens Ducke

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Lophanthera lactescens (Malpighiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

DD

EOO:

13.263,372 Km2

AOO:

12,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Francener, 2018), coletada no estado do PARÁ, municípios de Belterra (Ducke 17698), Itaituba (Amaral 1412), e Novo Progresso (Amaral 1222).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: DD
Justificativa:

Árvore de até 15 m, endêmica do Brasil (Francener, 2018). Conhecida popularmente como chuva-de-ouro, a espécie é amplamente empregada no paisagismo e arborização urbana. Entretanto, sua ocorrência natural representa um notável enigma, com registros de ocorrência natural confirmados somente em Floresta Ombrófila Densa no estado do Pará (Almeida, com. pess.). As três coletas válidas foram realizadas em 1923 e posteriormente, em 1983. Desde então, somente coletas provenientes de material cultivado foram efetuadas. Mesmo diante das intensas ameaças incidentes sobre as florestas paraenses (Fernside, 2015; 2016; ICMBio, 2010), particularmente considerando-se o efeito negativo persistente a partir da aberturas de estradas (p. ex. Santarém-Cuiabá, onde a espécie foi coletada), pouco se sabe sobre a distribuição e população natural de L. lactescens. Além disso, mesmo ante a sanha exploratória verificada na região, reconhece-se simultaneamente a alta biodiversidade local e o baixo o esforço amostral inerente as florestas sul-paraenses. Assim, a espécie foi considerada como Dados Insuficientes (DD) neste momento, demandando esforços de campo específicos que visem compreender sua real distribuição e tamanho populacional para futura reavaliação de seu estado de conservação.

Último avistamento: 1983
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Arch. Jard. Bot. Rio de Janeiro 4: 103. 1925

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore com até 15 m, inflorescência pêndula com flores amarelas e látex branco (Francener, 2018)
Referências:
  1. Francener, A., 2018. Lophanthera in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB23510 (acesso em: 24 de agosto 2018)

Reprodução:

Detalhes: A espécie foi coletada com flores e frutos imaturos no mês de maio (Amaral 1222).

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 4.1 Roads & railroads habitat past,present,future regional high
Fernside (2015) argumenta que as estradas atuam como impulsionadoras do desmatamento, atraindo trabalhadores migrantes e investimentos para áreas de floresta anteriormente inacessíveis dentro da Amazônia. Segundo o autor, o desmatamento é então estimulado não apenas por estradas que aumentam a lucratividade da agricultura e da pecuária, mas também pelo efeito das estradas (acessibilidade) na especulação de terra e no estabelecimento de posse de terras. As principais estradas são acompanhadas por redes de estradas laterais construídas por madeireiros, mineiros e posseiros. O desmatamento se espalha para fora das rodovias e suas estradas de acesso associadas. As rodovias também fornecem caminhos para a migração de fazendeiros sem terra e outros, gerando assim o desmatamento em áreas adjacentes. As estradas principais estimulam a construção de estradas secundárias que fornecem acesso a regiões distantes da rota principal da rodovia. Um exemplo importante é a reconstrução planejada da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho). Estradas laterais abririam o grande bloco de floresta intacta na parte oeste do estado do Amazonas, que incluia vastas áreas de terras públicas - a categoria mais vulnerável à invasão por grileiros e posseiros (Fernside e Graça, 2006).
Referências:
  1. Fearnside, P.M., 2015. Highway construction as a force in destruction of the Amazon forest. pp. 414-424 In: R. van der Ree, D.J. Smith & C. Grilo (eds.) Handbook of Road Ecology. John Wiley & Sons Publishers, Oxford, UK. 552 pp. / Fearnside, P.M. and Graça, P.M.L.A., 2006. BR-319: Brazil’s Manaus-Porto Velho Highway and the potential impact of linking the arc of deforestation to central Amazonia. Environmental Management 38: 705-716.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 7.2 Dams & water management/use habitat past,present,future regional high
De acordo com Fernside (2016), o Brasil tinha, até Maio de 2015, 15 barragens “grandes” (definidas no Brasil como barragens que possuma > 30 MW de capacidade instalada) instaladas na região da Amazônia Legal com reservatórios preenchidos. Outras 37 “grandes” barragens estão planejadas para serem construídas ou em construção, incluindo 13 barragens ainda não preenchidas que foram incluídas no Plano de Expansão de Energia do Brasil 2012-2021 (Brasil, MME, 2012.) A retração econômica do Brasil desde a publicação do referido plano resultou no alongamento dos horizontes de tempo para vários desses 62 projetos, mas o plano 2014-2023 ainda prevê a construção/ estabelecimento de 18 represas na bacia amazônica em seu plano para os próximos 10 anos (Brasil, MME, 2014).
Referências:
  1. Fearnside, P.M., 2016. Environmental and social impacts of hydroelectric dams in Brazilian Amazonia: Implications for the aluminum industry. World Development 77: 48-65. / Brasil, MME (Ministério das Minas e Energia), 2012. Plano Decenal de Expansão de Energia 2021. Brasília, DF, Brazil: MME, Empresa de Pesquisa Energética (EPE). 386 pp. http://www.epe.gov.br/PDEE/20120924_1.pdf /Brasil, MME (Ministério das Minas e Energia), 2014. Plano Decenal de Expansão de 997 Energia 2023. Brasília, DF, Brazil: MME, Empresa de Pesquisa Energética 998 (EPE). 2 vols.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching locality,habitat past,present,future regional high
A pressão exercida pela extração da madeira e pela abertura de grandes áreas para pasto no município Novo Progresso possibilitou, com o passar dos anos, a conversão da pequena produção familiar agropecuária em grande pecuária extensiva (ICMBio, 2010)
Referências:
  1. ICMBio, 2010. Plano de manejo da Floresta Nacional do Jamanxim, localizada no estado do Pará. Volume I informações gerais.http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/flona_jamanxim.pdf. (Acesso em 20 de Junho de 2018)
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 3.2 Mining & quarrying locality,habitat past,present,future regional high
A cidade de Novo Progresso nasceu do extrativismo do ouro e cresceu a partir dele, atrelando-se, posteriormente, à exploração da madeira. A descoberta do filão de ouro, em 1984, levou Novo Progresso a ganhar uma nova dinâmica econômica, iniciando um grande fluxo migratório para o povoado. Nessa época começam a surgir as primeiras lojas de material para os garimpos da região, dinamizando a economia local, onde a moeda era o grama do ouro. Com a crise da garimpagem, no ano de 1990, o surgimento de fazendas para a realização de atividades agropecuárias aparece como alternativa de investimento, inclusive para populações garimpeiras, aumentando substancialmente as áreas destinadas a pasto e alimentando o setor madeireiro que se instala ali, como uma alternativa de fonte de renda (ICMBio, 2010).
Referências:
  1. ICMBio, 2010. Plano de manejo da Floresta Nacional do Jamanxim, localizada no estado do Pará. Volume I informações gerais.http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/flona_jamanxim.pdf. (Acesso em 20 de Junho de 2018)

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
16. Other cultivated whole plant
A espécie é muito utilizada em Paisagismo e Arborização Urbana.